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Storytelling: Poderoso no aprendizado

Não é a toa que o “viveram felizes para sempre” é tão utilizado, tanto em comédias românticas quanto em fábulas infantis. Os humanos são fascinados por essa narrativa: a progressão dos eventos do começo ao fim. Mas, quando você se dá conta de como as histórias (storytelling) são predominantes na forma como criamos conexão com a informação, torna-se impossível não observar seu impacto.

Aquele comercial que você contou cada detalhe ao seu colega de trabalho? História. As peculiaridades de sua família desde que nasceu? História. As mais altas experiências de aprendizado? São histórias muito bem contadas.

Você pode se distrair com um livro que prendeu sua atenção, mas há mais no storytelling do que somente um ótimo enredo. Contar histórias tem sido uma das mais relevantes maneiras da humanidade de compartilhar informações ao longo da história. Seja nas obras de arte, eternizadas em pinturas alucinantes, ou passadas de pai para filho, as histórias estabelecem conexões emocionais que claramente facilitam a recuperação de informações e o arquivamento de memórias.

A história  tem a capacidade de instigar mudanças, entreter, salientar ou ensinar, porque a progressão da narrativa com emoção, personagens e cenário facilitam o emparelhamento das informações pelo nosso cérebro. O riso, o choro, a ansiedade ou até a raiva, levam ao mesmo ponto em comum: experiências poderosas de aumento de aprendizado.

Por que os cérebros adoram um storytelling

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Quando você ouve ou vê uma história muito convincente, seu cérebro vivencia um fenômeno chamado de “transporte narrativo”. É na verdade, aquele momento em que um storytelling envolve tanto os seus sentidos, que você quase pode ver, cheirar, ouvir e sentir o que a narrativa está descrevendo. Se você já esteve tão envolvido em um filme ou livro onde quase não percebeu o tempo passar, você experimentou o transporte narrativo. Essa envoltura dos sentidos é exatamente o motivo pelo qual, os cérebros gostam tanto das histórias: elas criam reações reais e mensuráveis ​​nas conexões e na química do seu cérebro.

As duas partes do seu cérebro que mais se conectam com as histórias são o córtex pré-frontal e a amígdala. O córtex pré-frontal é a área do cérebro responsável pela cognição e compreensão. Ao passo que você acompanha uma história, ela absorve a informação e a armazena na memória de curto prazo. A amígdala é responsável pela emoção e memória de longo prazo. Assim que seu córtex pré-frontal recebe informações, sua amígdala essencialmente “codifica” as informações com base na emoção que você sente, o que ajuda no processamento de memórias de longo prazo. Ambas as áreas do cérebro são imprescindíveis para o aprendizado profundo e a recordação e podem ser alguns dos seus maiores aliados no processo de aprendizado.

Interação de produtos químicos

Como REDUZIR o excesso de DOPAMINA

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Produtos químicos são liberados sempre que você vivencia um storytelling. Esta é uma interação de três das principais substâncias químicas do cérebro que ajudam na sua conexão emocional com uma narrativa. Eles englobam:

  • Dopamina. A dopamina trata- se de um neurotransmissor que ajuda a atribuir emoções positivas a tarefas ou ações. Uma descarga de dopamina te ajuda a sentir mais motivação e foco, como quando você ouve falar de um herói vencendo um inimigo (ou vê um aumento expressivo em sua produtividade no trabalho).
  • Ocitocina. Muito associada a substância química do “amor”, a ocitocina pode te ajudar a sentir mais conexão com os outros, confiança e ligação emocional com uma história. Isso te guia à ação porque você sente compaixão ou empatia pelos indivíduos que a narrativa descreve (que pode até ser você).
  • Endorfina. Deseja sentir relaxamento, felicidade e aumento da criatividade? As endorfinas são as substâncias químicas do cérebro que conseguem fazer você desejar se envolver com uma história. As endorfinas são liberadas quando uma narrativa é engraçada ou agradável e faz você querer agir com base nessas vibrações positivas.

Como produzir narrativas atraentes

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Entender como seu cérebro reage às histórias é apenas um ponto, mas colocar a narrativa em prática demanda uma habilidade extra de contar histórias. Pense naquela pessoa que você descreveria como um “bom contador de histórias”. O que essa pessoa faz que traz tanto brilho às suas narrativas? Uma boa história, constrói uma ótima redação, por isso, possui esses quatro componentes.

• Personagens reconhecíveis

Os personagens podem colaborar para uma dose rápida de ocitocina, desenvolvendo confiança e empatia. Automaticamente, procuramos personagens que sirvam como análogos de nós mesmos ao vivenciar narrativas. Por isso é altamente eficiente se apropriar de descrições e imagens familiares e evitar personagens que possam parecer exclusivos demais e causar uma desconexão entre a pessoa e o conteúdo.

• Trama/jornada

A Jornada do Herói é uma estratégia literária utilizada em quase todos os grandes storytelling. É basicamente um modelo para uma narrativa em que o personagem principal (o herói) progride em uma jornada com vários estágios que tem início com um apelo à ação e termina com um retorno triunfante, com algumas aventuras no meio do caminho. É uma das alternativas mais eficazes em seu arsenal de contar histórias e que utiliza todas as substâncias químicas do cérebro que citamos acima.

• Conexão emocional

Cérebros naturalmente buscam por conexão, e podemos entender isso ao ouvir ou vivenciar uma história. Estabelecer uma conexão emocional pode ser algo bastante simples como mostrar um ponto de dor reconhecível, ter empatia com as pessoas ou explicar como o algo pode beneficiar a vida de todos. Sem essa conexão considerável, mesmo as histórias interessantes podem não dar o salto da lembrança de curto prazo para a de longo prazo.

• Uma conclusão surpreendente

Uma carga de endorfina com certeza é a melhor recompensa no final de qualquer história, e essa recompensa é o resultado de uma conclusão satisfatória. É quando o herói finalmente chega ao destino esperado, consegue achar o tesouro e aprende o significado de tudo isso. Ao construir narrativas, é importante certificar-se de que a recompensa valha a jornada que levou para chegar lá. O alcance de esforço e engajamento em um final adequado – é aí que tudo acontece.

As chances são de que você já consiga contar aquela história; os personagens, jornada e conexões só precisam ser definidos. Ao seguir a narrativa natural do início ao fim, você pode envolver o cérebro em um nível totalmente novo.

Resumindo, contar histórias é uma das melhores maneiras de transformar as pessoas a seu redor em heróis e colocar suas habilidades de aprendizagem ou de ensinar, em um novo patamar.

Fonte: forbes.com