Moldova eleições 2025: vitória pró-Europa em meio à interferência russa

Moldova eleições 2025

Por uma margem mínima, a Moldova eleições 2025 deu maioria ao partido governista, pró-Europa, nas eleições parlamentares do fim de semana, marcadas pela interferência russa na Europa. O partido Solidariedade e Ação, que defende a adesão à União Europeia até 2030, obteve 50,2% dos votos, informou a comissão eleitoral do país nesta segunda-feira (29).

O papel de Maia Sandu

 

O resultado é uma vitória pessoal de Maia Sandu reeleição, a presidente reeleita no ano passado, também com margem mínima, que passou a campanha denunciando os esforços de Moscou para tentar influenciar o resultado.

“Foi uma vitória do país, não do partido”, disse a mandatária em entrevista após a totalização dos votos. “Eu realmente queria que os moldavos decidissem pela Moldova.”

Reações europeias e disputa com Putin

 

Em disputa retórica e política aberta com Putin e a guerra da Ucrânia, os principais líderes europeus foram às redes sociais assim que a maioria governista foi confirmada.

“Apesar da interferência e da pressão, a vontade do povo moldavo prevaleceu. A França apoia a Moldávia na sua busca pelas aspirações europeias e pela liberdade e soberania”, escreveu o presidente francês, Emmanuel Macron.

Primeiro-ministro da Polônia, Donald Tusk foi ainda mais incisivo em apontar para Putin e festejar Sandu.

“Não só salvou a democracia e manteve o rumo europeu, como também impediu a Rússia de assumir o controle de toda a região.”

Moscou e Kremlin respondem

 

Moscou e Kremlin refutam as acusações de interferência e, nesta segunda, tomaram para si o papel de acusador, afirmando que centenas de milhares de moldavos que moram na Rússia foram impedidos de votar.

“Em primeiro lugar, são os próprios moldavos que devem resolver esta questão”, afirmou Dmitri Peskov, porta-voz do Kremlin, quando indagado se a Rússia tomaria alguma medida.

“Tanto quanto sabemos, algumas forças políticas estão manifestando. Falam de possíveis violações eleitorais”, declarou.

A capital russa teria sido contemplada com apenas dois locais de votação contra 38 na Alemanha, que abriga uma diáspora bem menor.

Apoio da União Europeia

 

Ursula von der Leyen União Europeia, presidente da Comissão Europeia, e António Costa, chefe do Conselho Europeu, ignoraram o discurso, celebrando “a escolha pela democracia” em mensagens sincronizadas.

“Nossa porta está aberta”, escreveu Von der Leyen, ainda que o caminho de adesão ao bloco não esteja livre de novos percalços.

Programada para 2030, a adesão da Moldova à União Europeia precisa ser aprovada pelos 27 Estados-membros. País mais pobre da Europa, a Moldova não tem oponentes claros, mas pode sofrer efeitos colaterais da oposição húngara à candidatura da Ucrânia.

Obstáculos vindos da Hungria

 

Budapeste alega que minorias de origem húngara estão sob risco no país invadido pela Rússia em 2022, mas a resistência é percebida claramente com um aceno do primeiro-ministro, Viktor Orbán, a Putin.

A administração Orbán também se opõe aos pacotes de sanções econômicas da UE contra a Rússia, suscitando inclusive movimentos de flexibilização das regras de votação no bloco.

A Moldova e Orbán poderiam acabar sendo engolidas pela disputa. É sintomático que Marta Kos, comissária europeia para a expansão do bloco, esteja na Ucrânia nesta segunda justamente em contato com as comunidades que Orbán diz estar preocupado.

Disputa interna na Moldova

 

No front interno do pequeno país, localizado entre Romênia e Ucrânia, um dos líderes do Bloco Patriótico, que defende a neutralidade da Moldova diante da guerra e uma política de aproximação com Moscou, reuniu centenas de militantes nesta segunda-feira em frente ao Parlamento.

Na véspera, Igor Dodon já tinha declarado vitória, sem nenhum voto apurado, e antecipado uma suposta anulação dos resultados.

Segundo a comissão eleitoral, o Bloco Patriótico da Moldova alcançou 24,2% dos votos.

Eleições marcadas por tensão

A véspera do pleito mostrou-se tumultuada: as autoridades suspenderam duas siglas de oposição por financiamento ilegal, prenderam suspeitos e derrubaram perfis de redes sociais, além disso, surgiram acusações generalizadas de interferência.

Enquanto isso, no dia da votação, o cenário permaneceu instável. Ameaças falsas de bomba interromperam votações no exterior em Roma, Bruxelas e nos EUA; portanto, as forças de segurança detiveram várias pessoas acusadas de planejar tumultos e organizar compra de votos.

Observação da União Europeia

 

Siegfried Mureșan, o eurodeputado romeno que lidera a comissão de observação da UE no país, afirmou que “a vitória pró-Europa da Moldova é uma lição para toda a Europa sobre como derrotar a interferência russa”; além disso, destacou que o resultado reforça a confiança democrática da região e, assim, fortalece o caminho europeu diante das pressões externas.

1. Quem venceu as eleições de 2025 na Moldova?

O partido Solidariedade e Ação, pró-Europa, venceu com 50,2% dos votos, garantindo maioria no Parlamento.

2. Qual foi o papel de Maia Sandu nas eleições?

Maia Sandu, presidente reeleita, liderou a campanha pró-Europa e denunciou a tentativa de interferência russa no processo eleitoral.

3. A Rússia tentou interferir no resultado?

Sim. Segundo Maia Sandu e líderes europeus, Moscou tentou influenciar o pleito. A Rússia nega e acusa que moldavos residentes em seu território foram impedidos de votar.

4. A Moldova vai entrar na União Europeia?

O objetivo do governo é concluir a adesão até 2030, mas o processo depende da aprovação dos 27 Estados-membros da União Europeia.

5. Quem se opõe à entrada da Moldova na União Europeia?

Não há oposição clara à Moldova, mas a resistência da Hungria em relação à Ucrânia pode gerar obstáculos no processo.


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