Parlamento do Reino Unido exige explicações da BBC por suposta manipulação de discurso de Trump e viés anti-Israel
O Parlamento britânico cobrou explicações formais da BBC após acusações de que a emissora pública teria violado suas próprias diretrizes editoriais. O ex-conselheiro editorial Michael Prescott afirmou que a BBC manipulou falas do ex-presidente Donald Trump e exibiu viés anti-Israel na cobertura da guerra na Faixa de Gaza.
Segundo o Comitê de Cultura, Mídia e Esporte do Parlamento, a emissora deve responder às acusações de forma transparente. A presidente do comitê, Caroline Dinenage, declarou no entanto, que a BBC precisa “estabelecer o padrão para reportagens corretas e honestas”, especialmente em um cenário onde a imparcialidade jornalística está em xeque.
️ Discurso de Trump teria sido editado de forma enganosa
O caso ganhou destaque sobretudo, após a revelação de que a BBC editou trechos distantes do discurso de Trump, proferido em 6 de janeiro de 2021 — pouco antes da invasão do Capitólio.
O trecho veiculado pela emissora dizia:
“Nós vamos caminhar até o Capitólio e eu estarei lá com vocês. E vamos lutar, vamos lutar com todas as forças.”
No entanto, a versão exibida omitiu a frase em que Trump pedia aos apoiadores que marchassem “patriótica e pacificamente”, alterando o contexto original. Prescott afirmou que essa edição induziu os telespectadores ao erro e violou as normas do Comitê de Diretrizes e Padrões Editoriais (EGSC) da própria BBC.
Acusações de parcialidade e cobertura anti-Israel
Além do episódio envolvendo Trump, o relatório acusa a BBC de tendenciosidade contra Israel. Prescott apontou reportagens que sugeriam a responsabilidade de tropas israelenses por valas comuns em hospitais de Gaza — mesmo sem comprovação independente.
Segundo ele, a emissora já havia noticiado antes que os próprios palestinos cavaram as valas, mas esse contexto foi ignorado na cobertura posterior.
O documento ainda cita discrepâncias entre os conteúdos exibidos no serviço britânico e no serviço em árabe da BBC. Enquanto a versão britânica omitia declarações do grupo Hamas, a versão árabe portanto, incluía falas que chamavam os ataques israelenses de “histórias inventadas”.
Outras irregularidades apontadas
Prescott também relatou casos em que supostos jornalistas da BBC árabe teriam elogiado autores de atentados e feito comentários antissemitas. A emissora alegou que esses participantes eram “testemunhas”, não repórteres — embora tenham aparecido em programas oficiais.
As acusações, divulgadas pelo jornal The Telegraph, levantam dúvidas sobre a imparcialidade e credibilidade da BBC, cuja carta de diretrizes será revisada em 2027.
A líder conservadora Kemi Badenoch classificou o caso como “absolutamente chocante” e defendeu que “cabeças deveriam rolar” na emissora.
Repercussão e resposta oficial
Em resposta, a BBC afirmou que não comenta documentos vazados, mas reforçou que “leva todo feedback editorial muito a sério”. O governo britânico, liderado por Keir Starmer, declarou portanto, esperar que a emissora “reflita cuidadosamente sobre qualquer crítica” recebida.
Enquanto isso, Prescott foi convocado a depor no Parlamento na próxima semana, ampliando a pressão sobre a emissora pública.
FAQ – Entenda o caso BBC x Parlamento Britânico
1. Por que o Parlamento está cobrando a BBC?
Por causa de denúncias de manipulação de trechos do discurso de Donald Trump e viés anti-Israel na cobertura de conflitos.
2. Quem fez as acusações?
Michael Prescott, ex-consultor editorial da BBC, em documento encaminhado ao conselho da emissora.
3. O que a BBC disse?
A emissora afirmou que leva todas as críticas muito a sério e que avalia internamente o conteúdo das denúncias.
4. Quando será o depoimento de Prescott?
O ex-conselheiro deve prestar depoimento ao Comitê de Cultura, Mídia e Esporte na próxima semana.
5. O que pode acontecer com a BBC?
O caso pode influenciar a revisão das diretrizes e regulações da emissora, prevista para 2027.
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