EUA: Rubio pressiona América Latina com tarifas e retórica

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A política externa dos Estados Unidos na América Latina está vivendo um novo capítulo com a atuação dura de Marco Rubio, secretário de Estado americano. Filho de imigrantes cubanos, Rubio busca se firmar como porta-voz dos cubano-americanos, assumindo um tom rígido contra o castrismo e reforçando a linha de extrema-direita defendida por setores próximos a Donald Trump.

Entretanto, o estilo agressivo levanta dúvidas: quais serão os efeitos de sua postura sobre o Brasil e os demais países da região?

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A lógica da política dos EUA para a região

Atualmente, a estratégia americana na América Latina não segue uma doutrina clara. Além disso, está mais ligada a preferências pessoais e disputas internas. Analistas como James Bosworth apontam que entender Washington hoje significa mapear vontades individuais de figuras influentes.

Rubio reúne numa mesma engrenagem guerra aos cartéis, controle migratório, tarifas comerciais e contenção da China. Portanto, mesmo que esses temas não caminhem juntos naturalmente, ele aumenta o custo de resistência dos governos locais.


O Brasil como laboratório

O Brasil tornou-se vitrine desse método. Um tarifaço de 50% contra exportações brasileiras mostrou que o comércio pode virar arma política. O presidente Lula classificou a medida como “ilógica”, enquanto Jair Bolsonaro foi alvo direto de provocações de Rubio.

Logo, o Planalto se vê obrigado a testar até onde suporta a pressão econômica somada ao discurso de confronto.

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México, Equador e Venezuela

  • México: a cooperação em segurança e migração avançou, mas sob a cláusula defendida por Claudia Sheinbaum. Rubio classificou os cartéis como “terroristas” (BBC México).

  • Equador: os EUA passaram a tratar grupos como Los Lobos e Los Choneros como organizações terroristas estrangeiras, autorizando sanções e cooperação policial mais dura. Inclusive, isso atende aos interesses do presidente Daniel Noboa.

  • Venezuela: houve reforço naval no Caribe, ataques a lanchas suspeitas e licença restrita à Chevron para escoar petróleo. Assim, Washington mescla pressão com pragmatismo: combate drogas, mas protege o petróleo.


O Caribe e o avanço da China

Rubio também visitou Jamaica, Guiana, Suriname e República Dominicana. Nessas ilhas, os temas centrais foram Haiti, turismo, energia e vistos. Contudo, sem ofertas econômicas concretas, abre-se espaço para a China ampliar sua influência com crédito e infraestrutura.

Na Guiana, o foco foi a disputa do território de Essequibo contra a Venezuela. Em seguida, no Suriname, a atenção voltou-se a energia e minerais críticos.


Resultados até agora

O saldo da estratégia é de forte impacto comunicacional, mas resultados irregulares. Onde o tema foge da Casa Branca, Rubio dita o ritmo. Entretanto, em questões centrais —Brasil, México e Venezuela—, sua margem de ação diminui.

Brasília, desse modo, será o termômetro nos próximos meses. O desfecho das tarifas e a reação diplomática indicarão se a pressão de Rubio renderá ganhos duradouros ou apenas barulho que empurra a região para novos parceiros.


Outras vozes na América Latina

Nos países da região, Rubio é visto com desconfiança. Muitos acreditam que ele exige que todos sigam o modelo americano de direita radical. Contudo, crescem vozes que contestam sua visão simplista, defendendo maior autonomia para decisões internas —como no caso de Cuba, que enfrenta apagões e crise econômica, mas pede liberdade para fazer suas próprias escolhas.

Por fim, isso mostra que a mão pesada de Washington não resolve problemas estruturais: a região busca mais independência, mesmo sob pressão externa.

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