
Biólogo descobre vespa rara na Serra do Japi; espécie cresce dentro de lagarta
Os pesquisadores identificaram uma espécie rara de vespa até então desconhecida da ciência na Serra do Japi, em Jundiaí (SP), durante a pesquisa de mestrado do biólogo Anderson Henrique, de 24 anos. O inseto recebeu o nome Colpotrochia japi, referência direta à Reserva Biológica onde os pesquisadores o encontraram. Além disso, a descoberta amplia o conhecimento sobre insetos parasitoides da Mata Atlântica e por isso reforça a relevância ambiental da região.
Nova espécie apresenta comportamento parasitoide em lagartas
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A vespa pertence a um grupo de organismos parasitoides, que se desenvolvem dentro de outro ser vivo — neste caso, uma lagarta. Durante o ciclo, o inseto consome estruturas internas do hospedeiro e, assim, leva o animal à morte ao final da fase de desenvolvimento.
Segundo Anderson, essa dinâmica diferencia os parasitoides dos parasitas comuns, que apenas retiram nutrientes enquanto evitam provocar a morte imediata do hospedeiro.
O pesquisador analisou lagartas, plantas conhecidas como capororocas e pequenas vespas coletadas na mata. Todo o material foi encaminhado ao laboratório para observação contínua e, desse modo, o processo permitiu acompanhar a emergência da nova espécie. Por fim, uma das lagartas liberou o inseto, o que possibilitou o início da identificação científica.
Processo de identificação levou três meses e resultou em publicação científica
O estudo acompanhou o ciclo das lagartas e investigou quais insetos utilizavam elas como hospedeiras. Posteriormente, os pesquisadores compararam as características da vespa — como coloração, manchas faciais e estrutura corporal — com exemplares catalogados na Coleção Taxonômica da UFSCar.
A confirmação da novidade científica foi detalhada no Brazilian Journal of Biology, em publicação recente. A nova espécie tem coloração amarela e preta, incluindo duas manchas amarelas paralelas na face, além de padrões corporais que não aparecem em outras espécies do mesmo gênero.
Descoberta reforça importância da Serra do Japi para a biodiversidade
Lagarta encontrada em Jundiaí (SP) enquanto se alimenta da planta capororoca — Foto: Anderson Henrique
Para o pesquisador, registrar uma nova espécie é uma contribuição direta ao conhecimento sobre biodiversidade e taxonomia. Além disso, ele destaca que vespas parasitoides podem atuar como aliadas naturais no controle de pragas, o que também pode gerar benefícios à agricultura.
Natural de Pernambuco, Anderson desenvolve o mestrado na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), sob orientação do professor Manoel Martins Dias Filho e colaboração da professora Angélica Maria Penteado-Dias. Por isso, o estudo continua, especialmente porque ainda se sabe muito pouco sobre o comportamento da espécie na natureza.
vespa rara Serra do Japi
FAQ – Perguntas Frequentes
A nova vespa representa algum risco para humanos?
Não há indicação de risco. A pesquisa trata exclusivamente do ciclo natural entre a vespa e a lagarta.
Por que o nome Colpotrochia japi?
O pesquisador escolheu o nome para homenagear a Reserva Biológica da Serra do Japi e, assim, destaca o local onde coletou o organismo.
Essa descoberta é comum?
Não. Identificar espécies novas exige análise detalhada e muita comparação com registros já existentes.
O estudo tem aplicação prática?
Sim. Vespas parasitoides podem ser úteis em estratégias de controle biológico.
Onde o artigo foi publicado?
No Brazilian Journal of Biology, um periódico científico brasileiro reconhecido.
vespa rara Serra do Japi
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