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Koo

O Fenômeno chamado Koo

O Koo é um aplicativo indiano que ganhou grande expressão quando a rede americana entrou em conflito com o governo local. Com crise do Twitter, o aplicativo “Koo” conquistou grande e rápido espaço no Brasil também.

Mas afinal, o que é o Koo?

O nome “Koo” é uma referência ao som emitido por um passarinho – quase a mesma proposta do Twitter. A rede social Koo foi fundada em março de 2020 pelos empreendedores Aprameya Radhakrishna, atual CEO e Mayank Bidawatka.

Seria o Koo um Aplicativo Visionário, Aproveitador ou um Oportunista?

Enquanto a tensão rolava solta com os rumos do Twitter na gestão de Elon Musk, a rede social indiana Koo aproveitou para tuitar. Em português, pediu calma aos brasileiros.

“Koo está lento agora por causa do alto tráfego do Brasil. Quer sua paciência”, escreveu em seu perfil na rede que viralizou.

A sequência de acontecimentos na companhia americana, o fechamento de escritórios, demissões em massa e a onda de rumores de que o Twitter estaria perto do fim, motivaram brasileiros a buscar novas alternativas de comunicação rápida. Dentre elas estaria o aplicaivo Koo, popular no Brasil rapidamente, com adesão de famosos como Paulo Vieira, Claudia Leitte e Casimiro.

Sem perder tempo, a rede já deu selo de verificação a Felipe Neto — o influenciador conquistou 90 mil seguidores em seu recém-criado perfil.

 

Em uma sequência de tuítes, o Koo garantiu tradução para o português e ordem cronológica de publicações, além de agradecer aos brasileiros e interagir com as piadas inevitáveis: “o nome é o som do passarinho amarelo, não o que você pensa”.

Koo vai ganhar versão em português e feed cronológico

Foto: Reprodução

Muito parecido com o Twitter, seu símbolo é um passarinho, porém amarelo.

Memes Sobre o Koo

Brasil no Radar do Koo

Todo empenho do Koo com o Brasil teve motivo: ganhou de forma avassaladora a população conectada. Além disso, a empresa se popularizou na Índia em um momento parecido, quando o Twitter enfrentou uma crise com o governo local.

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Em entrevista dada a Bloomberg em agosto de 2021, o cofundador Aprameya Radhakrishna, que criou a empresa com Mayank Bidawatka, admitiu que sua startup ganhou espaço na tensão entre a big tech americana e o governo do primeiro ministro Narendra Modi.

Aprameya Radhakrishna e Mayank Bidawatka, fundadores do Koo

Foto: Aprameya Radhakrishna e Mayank Bidawatka, fundadores do Koo Reprodução / Twitter @kooindia

“Mas as pessoas logo perceberam que podem se expressar na língua materna apenas no Koo”, ressaltou.

Por meses, o Twitter teve problemas com o governo local. Se negou então, a retirar publicações críticas à gestão de Modi na pandemia, segurou no ar protestos de agricultores que se indisporam contra o governo e rotulou como enganosas publicações de políticos locais. Posteriormente, um tribunal do país declarou que a empresa americana não estava em conformidade com as novas regras de proteção de dados local. Naquele momento contudo, várias autoridades passaram a usar o aplicativo, dentre eles o Modi, que já exaltou a plataforma em um de seus discursos oficiais divulgados no rádio.

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Foto: Reprodução

Celebridades de direita, também aderiram a rede, o que aumentou sua visibilidade e atraiu investimentos. Radhakrishna portanto, aproveitou as adversidades das big techs, frequentemente pressionadas por mais moderação e contenção de mentiras e discurso de ódio, para dar visibilidade à sua companhia. Em uma entrevista ao The Times of India, afirma veemente que o Koo é a alternativa nacional frente ao domínio americano, pois valoriza as línguas regionais do país, como hindi e kannada. “O Koo é feito na Índia, para a Índia e é a melhor solução para qualquer país que não tenha o inglês como língua dominante”, afirmou.

Homegrown Twitter rival Koo eyes global expansion; plans to launch in the US

Foto: Reprodução

De acordo com Radhakrishna, 90% da população se sente perdida em comunidades dominadas pelo inglês. Ele nega, no entanto, que o Koo pertença a uma rede da direita política. “O Koo nasceu para permitir que todos os indianos se expressem na língua local. Acreditamos na democratização das vozes e na transparência das ações”, disse.

De fato, com 50 milhões de downloads estimados até a entrada do Brasil na jogada, uma das vantagens da plataforma é mesmo a possibilidade de escrever em diferentes línguas indianas. O aplicativo Koo começou a ser desenvolvido em dezembro de 2019 e foi lançado em março de 2020. Em maio de 2021, conseguiu US$ 30 milhões em uma rodada de investimentos liderada pela empresa americana Tiger Global. A rede prometeu incluir outras 25 línguas em seu aplicativo, que liberaria 400 caracteres e publicações multimídia, incluindo áudio. Em entrevista à mídia indiana, os fundadores tornaram pública e idéia de levar o Koo para Estados Unidos, Indonésia, Bangladesh, Malásia, Filipinas, Oriente Médio, África e todos os mercados cuja língua nativa não seja o inglês — ou que não estejam de acordo com o Twitter.

E você? Migrou para o Koo ou manteve com o Twitter?

Encerramento de Operações

Sim, o Koo encerrou suas operações no Brasil. Em 3 de julho de 2024, a rede social indiana anunciou o fim de suas atividades globalmente, incluindo no Brasil. Devido a dificuldades financeiras e a um ambiente de financiamento desfavorável. O Koo, ganhou popularidade no país em 2022, especialmente após a aquisição do Twitter por Elon Musk, mas não conseguiu manter uma base de usuários significativa. Tentativas de parcerias e negociações de venda não prosperaram, levando portanto, ao encerramento definitivo da plataforma.

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