Segundo Nathália Carreira Cardoso, de Bauru (SP), o cannabis medicinal ajuda os pets no tratamento de doenças crônicas, epilepsias e distúrbios comportamentais. De acordo com a veterinária, a conduta de compra do óleo é responsabilidade do tutor.
Nathália Carreira Cardoso afirma que a prescrição do óleo de cannabis medicinal tem indicações específicas — Foto: Nathália Carreira Cardoso /Divulgação
O uso da maconha medicinal em seres humanos tem se mostrado muito positivo. Tanto que, em 2021, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou dois produtos à base de cannabis.
Com essa aprovação, o país já contabiliza sete produtos autorizados. Isso porque, a cannabis medicinal já provou que tem propriedades que ajudam a combater doenças crônicas, epilepsias, além de controlar a ansiedade e as oscilações de humor provindas do distúrbio.
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Mas, diferente do que muitos pensam, o tratamento não é restrito aos humanos. Muito pelo contrário, segundo a médica veterinária Nathália Carreira Cardoso, a cannabis medicinal também pode ajudar os pets, partindo pela epilepsia, já que ela colabora com a homeostase corporal.
“A cannabis pode ajudar os pets em diversas doenças e distúrbios comportamentais, pois a planta faz a homeostase, isto é, o equilíbrio do corpo”, explicou a veterinária.
Acreditando na boa relação das plantas com a propriedade medicinal que a Médica Veterinária concluiu um curso de prescritores do óleo de cannabis medicinal para pets juntamente com o Dr. Fábio Mercante de San Juan, um dos especialistas pioneiros do assunto no Brasil.
Embora formada na área há 16 anos, 2021 foi o ano que a veterinária começou a estudar e prescrever o uso de óleos de cannabis medicinal e garante que está focada em se aprimorar na área.
“Minha admiração e paixão pelo poder da planta vem aumentando cada dia mais. Por isso, busco sempre novos estudos voltados a seu uso”, diz.
Terapia
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Segundo a Nathália, o tratamento com a prescrição do óleo de cannabis medicinal é realizado de acordo com a necessidade de cada animal e é administrado por via oral. Além disso, mbora possua baixa toxidade, a duração do uso do óleo é individual, pois, está relacionada com a reação do organismo do pet.
Assim, a compra do óleo é de responsabilidade do tutor, assim como de qualquer outro medicamento. “É importante lembrar, que nós, médicos veterinários, não vendemos o óleo, e sim prescrevemos quando entendemos que trará benefício ao animal”, relembra.
Com isso, a veterinária enfatiza que é um diferencial de sua carreira, a partir do momento em que executa outras atividades comuns na área, como procedimentos cirúrgicos, atendimento clínico e aplicação de vacinas importadas.
Demanda
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Embora a demanda tenha aumentado constantemente, uma vez que a Anvisa libera a importação de alguns medicamentos feitos à base da erva, além de regulamentar a pesquisa, produção e a venda de remédios no país por parte da indústria farmacêutica, ainda é preciso lidar com um certo preconceito da população.
“A procura pela prescrição vem aumentando a cada dia, pois os resultados também são notórios, o que me leva a pensar na expansão e crescimento desta área na medicina integrativa. Através de experiências e credibilidade de pessoas que confiam no poder medicinal da planta, poderemos mostrar para a sociedade a importância e o papel que a planta sempre teve e ainda tem na medicina”, conta.
Nathália ainda comenta que o óleo, apesar de ser oriundo de uma planta, isto é, ser natural e ter baixa toxidade, tem suas exceções. Sendo assim, cultivar e usar de forma recreativa, segue sendo proibido pela Anvisa.
Sore a produção do óleo, nele possui todas as propriedades da planta que age em nível celular. Ou seja, está presente tanto o canabidiol (CDB) quanto o tetrahidrocanabidiol (THC), substâncias essas que, segundo especialistas, são passíveis de serem utilizados para fins terapêuticos.
Por isso, para fazer a compra é necessário prescrição (receita) de um profissional legalmente habilitado.